quinta-feira, 27 de março de 2008

Janis

Como diz minha sobrinha, essa é a minha amiga Janis.


E há a Janis. Homenagem à magnífica e maior cantora de rock de todos os tempos, Janis Joplin. Faz pouco tempo, 10 meses. E a possibilidade de pelo menos 14 anos juntas me anima muito (e me entristece precocemente por serem só 14 anos). Na ninhada, eu a escolhi por ser a mais pretinha, eu sempre quis um cão preto. Bom, eu também fui ver a ninhada porque soube que eram filhotes de dachshund ou teckel, meu sonho por causa do conto da Clarice (Lispector, um capítulo à parte). A mãe era um belo exemplar. Perguntei pelo pai. Então apareceram com um poodle grisalho de pêlos emaranhados, muito feio (amo animais, no entanto isso não me impede de achá-los feios). Fiquei decepcionada, mas já que estava ali e estava adotando, levei a pretinha de cara triste. Linda, fofa e frágil. Ela não nos deixou dormir na primeira noite em casa. Ajeitei sua cama na área de serviço e pus garrafas de água quente para aconchegá-la. Era a água esfriar e o choro começava. Louca de sono na segunda noite, segui o conselho de uma amiga e levei a Janis para o quarto, jurando que ela jamais subiria na minha cama. Hoje em dia, em algumas noites, acordo de cachecol. Um cão vivo enroscado no meu pescoço.

Pois bem. Eu me orgulhei da vira-lata esperta. Não era um teckel, todavia era um cão bem preto, como minha segunda opção. E conforme eu colecionava arranhões de dentes de leite nas mãos, Janis foi sofrendo uma metamorfose. Seu pêlo foi crescendo de modo desordenado - e descontrolado. Na rua, chegaram a me perguntar algumas vezes se era filhote de shnauzer, por causa da barba. Que logo a seguir ficou ruiva. As patas ficaram cinzentas e descobri tufos de pêlos brancos ao longo do dorso. Tirei uma foto em que ela parece irmã do Chewbacca, o macaco estranho de Star Wars. Hoje, sua barba está quase loira e, apesar do preto predominante, ela tem várias cores. Realmente, não se parece com nenhum cachorro frufru que desfila por aí. Janis, porém, é a melhor companhia que alguém carente pode ter. Grudenta e simpática ao extremo, trata qualquer estranho como se fosse seu dono, pulando e lambendo. Aprende truques e resolve fazê-los quando ninguém lhe dá atenção. Se chego em casa e não lhe dirijo logo a palavra, chora e reclama até que eu o faça. Tudo o que eu sempre quis e nunca admiti que queria.

Janis antes da metamorfose, do sexo, das drogas e rock n' roll

Quem sou eu

Esta sou eu. Na minha cabeça eu tenho 20, apesar de uma quase crise dos 30 há uns 5 anos. Aquela coisa de "putz, nessa idade eu me imaginava viajando pelo mundo, fazendo um trabalho relevante, morando num lugar ótimo", e tal. Bem, eu me formei e moro na minha própria casa (ou 2/20 avos de própria e que não é exatamente onde eu gostaria), mas não publiquei ainda o meu tão esperado best seller. O mundo não é maravilhoso comigo por eu ser legal (algo que aos 8 eu imaginava sobre a vida adulta) e nem sou tão legal assim. Eu conversava com cobradores de ônibus, mendigos, velhinhos e achava a vida cheia de experiências interessantes. Hoje, mal falo "bom dia", mas não deixo de me divertir com alguns acontecimentos - certo, depois de raiva, indignação e mau humor. Ah, e tenho 29 segundo minha certidão de nascimento e a validação que a maquininha me pede ao usar a senha do cartão de débito.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Apresentação

Cá estou eu mais uma vez tentando realmente escrever... Quem sabe dessa vez, por insistência, dá certo. Vou ver se publico velhas e novas histórias, algumas bem reais, outras meio inventadas e outras ainda reais comigo dizendo que nem tanto, porque sabe como é que é, essas coisas também podem dar problemas.
Vou registrar o drama da vida real; contas a pagar e dinheiro direcionado para coisas mais saborosas; a maldição do bilhete único, passaporte para o inferno (basta utilizá-lo e um mundo de possibilidades perturbadoras se descortina após a catraca); personalidades insadecidas disfarçadas de pessoas normais infiltradas no cotidiano; tudo o que tento para não ficar como essas pessoas e que pode realmente estar me deixando pior do que elas (campanha: gerundismo consciente!). Uma câmera trêmula e jornalismo verdade!
Aqui e Agora à parte, porém, também posso falar de Lost, música, dicas para lidar com seu cão, dicas para não ser morta por uma panela de pressão, como cozinhar com praticidade e rapidez (leia-se: como encontrar alimentos cujo maior grau de dificuldade seja abrir o pacote e enfiar no microondas), dicas de como gastar muito pensando que se está gastando pouco e por aí vai. Posso ser o retrato da mulher moderna e perdida em tanta modernidade!
Estejam comigo, amiguinhos, e bem-vindos a esta casa!