sexta-feira, 27 de junho de 2008

Alpaca


Alpaca. Lembrei-me da alpaca. É parente da lhama; as duas, por suas vez, são espécies domesticadas do guanaco, um mamífero selvagem da família dos camelídios. Todos se parecem, mas eu acho a lhama mais fofinha, mais gracinha, pelo menos as que conheci. Aliás, a foto que ilustra esse blog é de uma lhama que, como uma perfeita modelo, posou magnificamente para mim. Só que a alpaca, na minha opinião, é como uma lhama que não quis ser patricinha e ficou, digamos, largada, rebelde. Ambas têm mais ou menos um metro de altura, pernas curtas, pescoço longo, muito pêlo que costuma virar belos casacos de lã no Peru e adjacências; podem ser marrons, beges ou brancas.


Voltemos, porém, à alpaca. Estive por duas vezes com algumas (as mesmas nas duas vezes) em Itu, numa fazendinha cheia de bichos e guloseimas. Ao adentrar essa fazenda, a pessoa é recepcionada por pavões belíssimos e interesseiros, que abrem a cauda por comida, seja ração ou o biscoito mesmo. O terreno fica numa serra; na parte mais alta, a observar tudo, ficam as alpacas. Quando se chega perto de seu cercado baixo, elas descem correndo para encarar o atrevido. E vou falar: não há nada mais estranho e engraçado do que uma alpaca descendo morro abaixo em alta velocidade (alta velocidade na opinião delas). Extremamente desengonçadas, fazem o pescoço comprido ondular, balançando a cabeça exageradamente de um lado para outro; as pernas curtas promovem um trote cai-não-cai, gerando uma certa ansiedade no observador. Lembram o Garibaldo da Vila Sésamo. E sua chegada é no maior clima “vai encarar?”.


E elas encaram. Olham nos olhos mascando e babando. E é difícil não encará-las. Mais do que se sentir desafiado, não se pode deixar de encará-las porque são estranhas demais. Têm o maxilar inferior avantajado, deixando os dentes de baixo à mostra; pêlos que, se não forem constantemente tosados, transformam-se em tufos de estopa e um olhar insano. Para completar, há na fazendinha um funcionário de plantão por perto para nos dar o sinistro aviso:


- Não fiquem encarando a alpaca, não a olhem nos olhos; ela pode não gostar e cuspir na cara.


Uau! Visual bad boy completo: cospem na cara e tudo! Que autenticidade! É claro que não paguei para ver, mas simpatizei na hora com esse comportamento peculiar. E passei a respeitar e a admirar a alpaca, com seu andar desengonçado, seu jeito “tá olhando o quê?”, sem fofura e sem frescura. Como diria aquela música dos Titãs... deixa pra lá...

2 comentários:

Hélio disse...

Deve ser mesmo engraçado observar uma alpaca correndo xD

Ah, este post também nos revela
sobre o animal que está de "logo"
do blog! Muito interessante!
Acabei de matar minha curiosidade
sobre esta foto! =)

Besos!
Já estava com saudades dos seus post's! =D

Anônimo disse...

Tem a vicunha também. Conhece a vicunha? É o quarto dentre esses simpáticos camelídeos andinos. Olha a cara dela aqui na wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vicunha

weber