Caminhar é pular etapas passando por cada uma. É deixar para trás e encontrar logo mais à frente. É suspender o tempo por um tempo e, de repente, nossa, quanto tempo passou!
Caminhar é pular buracos, tropeçar em buracos. Virar o pé num piso bom. Pisar na poça sem querer ou tomar chuva de propósito. Fugir do sol mesmo sabendo que não há na Terra lugar para isso.
Caminhar é decidir fazer o percurso todo a pé e desistir no finzinho do caminho. É pensar que se exorcisa o mal como cansaço das pernas e as bolhas dos pés. É sair para tomar ar e sentir mais calor. É aceitar o suor e a experiência. É aceitar também um mundo esburacado e cheio de gente estranha. Mas não, eu não me aceito enquanto caminho. Eu me rejeito, rejeito pela louca ideia de sentir com os pés e pele o perigo das ruas. E o perigo da minha própria companhia, então? Caminhar é a vã tentativa de livrar-me de mim mesma. Como se fosse possível arrancar a própria sombra, dobrá-la e guardá-la no bolso.
20.01.2007
4 comentários:
Karina Karina, gostei tanto q n sei o q comentar.
E qto tempo tb passo me rejeitando...
Bjs linda
e se cuida
Como são verdadeiras essas palavras!!
Gostei muito do seu blog. Parabéns !!
Nossa prima, que lindo seu texto é MA-RA-VI-LHO-SO, fala de coisas simples com intensidade e ao mesmo tempo leveza, parabéns...
Nossa prima, adorei este texto é MA-RA-VI-LHO-SO, como você fala das coisas simples com intensidade e leveza..
Nossa você tem futuro heinnn menina...
Parabéns!!!
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