Eu já vi muitos crepúsculos bonitos, mas esse, além de apreciar, pude ter a alegria de fotografar. Sempre são exóticos no outono e começo do inverno, em parte até por causa do ar seco e da poluição. Nesse, as nuvens contribuíram, formando um espetáculo maravilhoso. Isso me lembra um soneto do Olavo Bilac, "Vila Rica":
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre:
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre,
O último ouro de sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Agora, para além do cerro, o céu parece
Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu...
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece,
Como uma procissão espectral que se move...
Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.
5 comentários:
Poxa vida, como essa foto ficou
linda!
Momentos que duram alguns minutos
agora estao eternizados, pra sorte nossa. =D
Quanto ao soneto, sou uma topeira
pra entender.
Beijo e obrigado pelo comentário no meu blog.
É, tenho que admitir... conheci esse soneto numa aula, e olha que foi uma hora e meia pra gente entender tudo... dá-lhe dicionário!
Tentei decifrar o que voce segura na foto: cachorro? Cabrito? Um pouco desfocado, mas interessante.
Beijos de Londres.
Daniel
www.sembolso.blogspot.com
Esse tom avermelhado nos faz esquentar e nos prepara para um dia/noite aconchegante.
Perfeito
e
Viva Olavo Bilac
Sempre
Bjs
sou facinada pelo por do sol!
vira e meche estou fotografando também! xD
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